Eu sou Cuba.
Certa vez Cristóvão Colombo desembarcou aqui.
Ele escreveu em seu diário:
“É a terra mais formosa
já vista por olhos humanos.”
Obrigado, Sr. Colombo.
Quando você me viu pela primeira vez
eu sorria e cantava.
Eu saudei as suas velas
com a copa de minhas palmeiras.
Achei que seus navios
trariam felicidade.
Eu sou Cuba.
Meu açúcar, seus barcos levaram.
Minhas lágrimas, eles deixaram.
Que estranha coisa é o açúcar,
Sr. Colombo.
Ele contém tantas lágrimas,
e ainda assim, é doce.
Eu sou Cuba.
Por que foge?
Não veio para se divertir?
Então, divirta-se.
Talvez a imagem não seja alegre.
Não desvie seu olhar.
Veja!
Eu Cuba, para você sou:
cassinos, bares e bordéis.
Mas as mãos destas crianças e velhos
também sou eu.
Eu sou Cuba.
Аs vezes creio que
nos troncos de minhas palmeiras
corre sangue.
Аs vezes parece que o murmúrio
que nos rodeia,
não vem do oceano
mas das lágrimas do povo.
Quem responde por este sangue?
Quem é o responsável
por estas lágrimas?
Eu sou Cuba.
Os homens tem dois caminhos quando nascem:
o da submissão que os esmaga e deteriora
ou o da estrela que ilumina, mas mata.
Escolherás a estrela,
e teu caminho será duro,
marcado pelo sangue.
Mas se um cai em nome de
uma causa justa
milhares de outros
se levantarão em seu lugar.
E quando não houverem mais
pessoas para se levantar
então até as pedras
se erguerão.
Eu sou Cuba.
Os homens tem dois caminhos quando nascem:
Escolherás a estrela,
e teu caminho será duro,
marcado pelo sangue.
Eu sou Cuba.
Eis aqui os homens sobre os quais
escreverão lendas.
Vem de todas as partes,
para a Sierra Maestra.
Vem lutar pela liberdade.
Eu sou Cuba.
Suas mãos antes
pegavam nas enxadas
mas agora há um rifle em suas mãos.
Você não dispara para matar.
Dispara no passado.
Você está disparando
para proteger seu futuro.